Redes Sociais dão retorno ao cliente?

Redes Sociais são o assunto do momento em todas as reuniões, palestras, workshops que tenho participado nos últimos 2 anos, por isso, falar aqui sobre esse tema não será nenhuma novidade. Mas o que tenho sido indagado frente aos clientes é: Orkut da retorno?

Existem números que comprovam que o brasileiro é realmente o povo mais apaixonado pelas Redes Sociais em todo o planeta, somos o principal povo da principal rede do mundo, o Orkut; em pouco mais de um ano, o Brasil assumiu a vice-liderança no acesso ao Twitter e recentemente uma pesquisa mostrou que já somos o 2º em acesso ao Formspring, uma rede que sem muito alarde foi crescendo, crescendo e já foi até plataforma de lançamento do novo Uno (Fiat).

Como profissional de planejamento estratégico digital, sempre costumo dizer que antes devemos conhecer o mercado e cenário, para depois pensar na ação e ai sim pensar no retorno dela, por isso, separei aqui um vídeo para vocês sobre as Redes Sociais no Brasil; são números que começam a defender uma estratégia de ativação nas redes.

O Brasil sempre foi um país de grandes contrastes, enquanto há pessoas comprando um carro de 1 milhão de reais, outros passam fome; no mundo online, o contraste não ficou longe, afinal, ao passo que somos o país com maior potencial para ações online e mobile (celular) acredito que temos os gestores com mais temor do meio em todo o planeta.

A grande maioria das grandes marcas não está na web; claro, elas tem site, mas em tempos de web 2.0, consumidores gerando conteúdo, vídeos, fotos, celulares, games, blogs, ter um site deixou de ser presença digital, afinal, como sempre digo, o site é apenas a ponta do Iceberg.

As agências começaram a planejar ações para suas marcas que tinham como grande foco as Redes Sociais, afinal, se o consumidor está no Orkut, é lá que as marcas devem estar, mas volto a questão: Redes Sociais trazem resultados? Em quanto tempo? Como medir? Essas 3 perguntas estão na boca de qualquer gestor de marca, se eles vão investir 10 ou 100 mil reais em uma ação, quer saber o que isso trará de retorno.

Sinceramente, não acredito que uma ação de Rede Social sozinha traga grandes retornos ao cliente. Retorno dá, claro, mas não espere que uma ativação no Orkut ou alguns tweets no Twitter vão resolver um problema de vendas do cliente; importante dizer que não é porque 55 milhões de pessoas estão nas redes, todas vão acessar o perfil da BMW no Orkut ou da Coca-Cola no Facebook. Redes Sociais são feitas por pessoas que tem um interesse em comum, e o consumidor de Coca-Cola pode não ser o mesmo da BMW e vice-versa.

Redes Sociais devem fazer parte de uma estratégia maior de presença digital, devem ser uma das ações dentro do ambiente online, assim como games, blog, otimização no Google ou presença em buscadores de preço.

O consumidor está em vários pontos de contato na web em busca de relacionamento, pesquisas e novidades; logos, a marca tem que estar nesses pontos, afinal a melhor maneira de encontrar o consumidor, é ser encontrado por ele.

Uma promoção no Twitter pode gerar resultados imediatos a marca, como qualquer promoção, mas não se pode acostumar seus seguidores com promoções em cima de promoções, ou a marca vai ganhar seguidores apenas atrás de um brinde e não com a intenção de compra; para ações que se medem retorno, as vendas são o 1º, mas não único, fator a ser analisado.

Muitas ações em Redes Sociais ainda dependem da mídia de massa, desde comerciais na TV a banner na home de portal; esses investimentos aumentam os gastos da marca, logo, é necessário vender mais para cobrir o investimento e ainda fica a dúvida: será que a ação sozinha traria retorno, ou as vendas foram geradas pelo estimulo da mídia de massa?

Na minha opinião, e nos últimos 12 meses, meu Blog (plannerfelipemorais.blogspot.com) foi um caso de aprendizado, Redes Sociais dão retorno sim, desde que o projeto seja de longo prazo, a marca gere conteúdo relevante e se preocupe em se relacionar com o consumidor primeiro para depois lhe oferecer um produto; com essa ação de longo prazo e conteúdo relevante, as marcas vão conseguindo mais seguidores, seu site será mais acessado e com isso mais relevantes para o Google, aumentando o Page Rank e melhorando a posição na busca natural. Mais pessoas vão indicando a amigos o site ou produto.

O gestor, mensurando cada passo do internauta, vendo o sucesso da marca na web, começa a querer investir mais no meio, assim, campanhas de Links Patrocinados (uma ação para respostas rápidas) são colocadas no ar, essa ação gera mais resultado e com isso, sites e portais (compra de banner) entram no mix de comunicação digital da marca. Através das Redes se entende a cabeça do consumidor (fator de eterna busca pelos profissionais de planejamento) e pode ser criado um até um game baseado no desejo de interação do consumidor com a marca.

Percebe como tudo é um ciclo e que para as Redes Sociais darem retorno ao cliente elas devem fazer parte de uma estratégia global de presença digital da marca? Mas no paradoxo da comunicação, dando ou não resultados, estar nas Redes Sociais é imprescindível, tem que estar, porque se o Google é a 1ª fonte de busca de uma marca pelo usuário, Redes Sociais são a 2ª.

As Redes Sociais começam a “andar sozinha” quando a marca já possui milhares de seguidores fieis que seguem, interagem, conversam e repassam as informações que a marca produz para sua rede de amigos; por exemplo, o Danilo Gentili (CQC) tem aproximadamente 670 mil seguidores no Twitter; nesse caso só o microblog deve gerar resultados, pois em um show que ele faça em São Paulo, onde cabem 100 pessoas no Teatro – por exemplo – um Tweet dele dizendo que dará o show, consegue vender todos os ingressos em minutos, não apenas pelos 670 mil seguidores dele, pois nem todos são de São Paulo, mas a quantidade de RTs (retweets) que ele gera faz com que em poucos minutos milhares de pessoas sejam impactadas e com isso comprem os ingressos do show dele.

Danilo Gentilli, e podemos aqui tratá-lo como uma marca – não passa o dia se vendendo; ele é bem ativo em seu Twitter e passa mais tempo publicando uma piada, brincando com os outros membros do CQC, falando de coisas do cotidiano do que sobre seus shows; por ser um comediante, e hoje estar entre os principais do país, tendo a força do CQC ao lado (com mais de 320 mil telespectadores) ele consegue estar entre os principais nomes do Twitter – em termos de seguidores – do país; entretanto, para uma marca chegar a essa marca, ainda vai levar muito tempo.

Talvez, um exemplo de ROI sobre Redes Sociais seja o caso da Dell. Em 2009, a Dell fez um estudo que o seu Twitter economizou 4 milhões de reais em ligações do Call Center em todo o planeta; a Dell também vendeu muitos computadores pelo Twitter, mas para ter o número de seguidores que eles tem (DellOutlet com mais de 1,5 milhões de seguidores) suas ações geraram mídia espontânea em vários veículos do mundo, mais uma vez, vemos o apoio da mídia tradicional as ações de Redes Sociais, mas dessa vez, sem gastar nada em veiculação.

Em resumo, Redes Sociais sozinhas não geram um retorno satisfatório as marcas, em alguns casos, mal pagam o investimento que as marcas fazem em suas agências, mas como já disse estar fora da web é perder um enorme potencial de relacionamento. A claro, de vendas também.

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2 respostas

  1. Muito bem colocado no último parágrafo. Acredito que as Mídias Sociais são um bom foco noa ação de Marketingde qualquer empresa, mas não a ação mágica que muitos dizem.

    É preciso continuar investindo em mídias tradicionais e não ficar de fora das novas mídias.

  2. O problema Chico é que tem muitos “analistas” e “consultores” de mídias sociais matando a mídia tradicional e esquecem que todas elas passam por adaptações. Um bom profissional saberá que ações devem ser pensadas de maneira integrada, de maneira holística. Concordo com você, não se deve parar de investir nas mídias tradicionais, porém devemos sempre olhar novas possibilidades paras as novas mídias, para novas tecnologias.

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