No começo de 2011, uma nova polêmica surgiu no mundo publicitário, capaz até de reacender aquela velha discussão “precisa ou não ser formado em publicidade e propaganda para atuar na área?“. Na minha sincera opinião, precisa sim, pois os 4 anos que passamos na universidade aprendendo os fundamentos da comunicação valem mais do que uma simples e boa ideia. Afinal, a publicidade pode sim ser feita – e precisa – de boas ideias. Mas apenas isso, sem planejamento, sem entender o comportamento do consumidor, sem estar atrelada ao momento e objetivo do cliente, sem os canais certos de mídia para uma boa divulgação, volta a ser apenas uma boa ideia.
Entretanto, o cantor Will.i.am, da banda Black Eyed Peas, pode ser considerado “fora da curva” e tem se mostrado um talento no marketing bastante superior a muito diretor consagrado por aí. Além de ter uma mídia muito poderosa, a sua banda de grande sucesso em todo o planeta, Will.i.am é um visionário e consegue entregar ao seu público o que ele realmente deseja: entretenimento de alta qualidade. E por que uma marca não poderia apoiar essa iniciativa?
Me lembro que, em um curso de Redes Sociais na FGV de São Paulo, os professores comentavam sobre o cantor e o seu sucesso em Wall Street, berço financeiro de Nova Iorque (e por que não dizer do mundo). Muitos já apontavam o cantor como um grande sucesso no marketing e que ele seria um grande profissional se estivesse em uma empresa.
Uma prova do talento do cantor é a ação para a T-Mobile, onde mais de 20 mil pessoas fizeram um FlashMob, que foi transmitido ao vivo pelo programa da Oprah, uma das maiores audiências dos EUA. Quase 2 milhões de visualizações no YouTube em apenas um dos vídeos. A ação começou via Facebook da banda com 800 pessoas que ensaiaram os passos via rede e depois reproduziram no show. Fantástica, essa ação de guerrilha!
Continuo na posição de que o profissional de marketing e comunicação deve sim ser uma pessoa formada. Eu até defendo que, dentro dos departamentos de marketing das empresas, deveriam ter alguns publicitários e não apenas formados em administração e marketing, mas isso é uma outra discussão. O fato é que Will.i.am já é Diretor de Inovação para a marca Intel, o que vai provocar algumas reações no mercado mundial.
Talvez seja uma tendência trazer pessoas de fora para dentro da empresa, pessoas que aparentemente não tenham nada a ver com o negócio para trazer novas ideias, implementar novas metodologias e ajudar no sucesso de marcas. Recentemente, aqui no Brasil, o meu querido São Paulo Futebol Clube chamou para seu time de diretores 2 grandes nomes do mercado corporativo, os também são paulinos confessos, Abílio Diniz, presidente do Grupo Pão de Açúcar e um dos maiores empresários do país, e Roberto Justus, grande publicitário presidente do maior grupo de comunicação do país. Ambos poderão oferecer inovações à marca São Paulo Futebol Clube.
Se 2 empresários corporativos, altamente capazes, conseguem ajudar o São Paulo Futebol Clube, um clube de futebol, em seu crescimento, porque um vocalista de uma das maiores bandas do mundo não conseguiria inovar na Intel?
É esperar para ver.
7 respostas
Eu tem certeza de que o curso superior na área é muito importante , e o caso do Will.i.am é um excessão por que se ele se deu bem ,isso não quer dizer que com outras pessoas aconteça da mesma forma , porque se for assim qualquer bichinho de orelha vai querer entra na área sem saber nada ai vai virar uma zonaa nee!
Sem dúvida o talento conta muito nesta profissão, porém acredito ainda que é necessária uma formação para que o talento possa ser aliado aos fundamentos da profissão !!
Concordo plenamente com a Hérica e o João. Talento e criatividade são pessoais, mas conhecimento e formação não. A propósito, Will.I.am estudou, certo?
Talento e criatividade funcionam bem aliados ao conhecimento. No caso do Will, aliados a uma mega estrutura e uma super visibilidade.
Visão no mundo corporativo é algo a ser despertado, e não estudado. O talento e o bônus de ser um visionário atrelados ao conhecimento didático com certeza forma uma personalidade poderosa nos negócios.
Eu acredito que a faculdade auxilia e muito, e que talento também se coloca em pauta, mas tudo vai de acordo com seus “apoios” e sua visibilidade.
Formação, nem sempre e especificamente em publicidade, alem do que temos um nível de ensino superior em publicidade, propaganda e jornalismo de nível discutível.