Ronaldo, seu campo agora é o marketing esportivo

Eis que chega o dia em que o Fenômeno do futebol anunciou sua aposentadoria. Ronaldo, aos 34 anos e com uma coleção interminável de títulos e prêmios, deixa os gramados e algumas dúvidas em relação ao Corinthians.

Ronaldo provou ao mundo sua capacidade de regeneração e amor ao futebol. Por 3 vezes, venceu sérias lesões no joelho e voltou a jogar. Em dezembro de 2008 foi anunciado no Corinthians, e mais uma vez tinha a missão de reerguer, mas desta vez, uma equipe recém promovida à primeira divisão.

Sua imagem seria amplamente explorada, o futebol brasileiro mostrava ao mundo que poderia “sustentar” uma estrela do futebol mundial, o mercado aqueceria com novos acordos de patrocínio, o marketing esportivo mostraria seu poder, novos clubes poderiam se aproveitar da chegada do Fenômeno com patrocínios pontuais. Não havia cenário mais otimista.

Visa, Batavo, Panamericano, Hypermarcas, Tim foram as empresas que investiram no clube para aproveitar a presença do Fenômeno. O uniforme virava motivo de chacota, pela presença de tantos logotipos, que não se sabia quem era quem e o impacto que poderia causar nos consumidores. Na medida em que chegavam novas empresas, com elas, aumentavam também os valores investidos no clube.

Visitas de artistas famosos tornaram-se constantes no clube, tendo Ronaldo como um perfeito anfitrião. A imagem de Ronaldo, que agora era atrelada ao Corinthians, corria os quatro cantos do mundo. Uma internacionalização natural do clube, da marca Corinthians.

Ronaldo conseguiu o fortalecimento da imagem que o clube tanto necessitava após voltar à primeira divisão, trouxe maiores valores de patrocínios, maiores cotas de TV e aumento considerável da receita com marketing. Ronaldo mesmo depois dos 30 anos, continuava sendo um fenômeno também fora das quatro linhas. Sua imagem ainda era valorizada, ele trazia novos negócios ao futebol e principalmente ao Corinthians.

Em 2010, Ronaldo foi o líder da República Popular do Corinthians. Era o carro-chefe do clube na tão aguardada Libertadores. Que mais uma vez, não veio. Foi o porta-voz do clube nesta eliminação, deu a cara a tapa como já havia feito diversas vezes. Mas ainda assim, diante de tantos fracassos no ano mais importante do Corinthians, o clube tinha o maior valor em patrocínios, quase 60 milhões de reais, e a marca mais valiosa do futebol nacional, 749.8 milhões (dados: Crowe Horwath RCS).

Ainda em 2010, ajudou na logística e engenharia do novo CT do clube, que utilizou como referências tudo que Ronaldo presenciou pelos clubes que passou, como Real Madrid e Milan.

Mas a cada nova pequena lesão, se colocava em dúvida até quando ele aguentaria, e ao mesmo tempo, como o Corinthians poderia seguir sem Ronaldo em relação aos grandes contratos. É fato que os valores recebidos pelo clube diminuirão sem Ronaldo, mas o clube sempre contou com a forte exposição na mídia e força da torcida.

Ronaldo merecia um outro final, tão bonito quanto sua carreira no futebol. Já havia preparado sua despedida para o fim de 2011, abriu sua empresa de marketing esportivo e já negocia contratos de patrocínio com atletas. Sua inteligência e atividades como empreendedor já davam mostras que seu futuro em campo se aproximava a cada dia do fim.

O fenômeno da bola e dos negócios, capaz de atrair para si a atenção do mundo e de diversos patrocinadores por onde passa, deixa os campos e entra para o time dos profissionais do marketing esportivo. Agora aposentado dos gramados, será embaixador institucional do Corinthians no mundo e com certeza trará a 9INE para novos negócios no clube.

O Corinthians seguirá seu caminho e terá que mostrar a partir de hoje que aprendeu bem a lição que Ronaldo ensinou ao clube. Resta ao Corinthians mostrar aos potenciais interessados que, muito maior que Ronaldo é a imagem do clube e o legado positivo deixado pelo jogador.

Para o nosso país, fica uma lição de valorizar seus ex-atletas, como vemos na Europa e nos EUA. Um jogador que ganhou duas Copas do Mundo, levou o nome do Brasil para todos os cantos do mundo, parou uma guerra no Haiti, embaixador da ONU e maior artilheiro em Copas do Mundo, não merecia ser xingado e humilhado por tantas pessoas como foi.

O Brasil e o mundo com certeza agradecem este Fenômeno, que agora em diante, provará também ser um fora de série no mundo dos negócios.

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2 respostas

  1. Esse cara ai nunca me enganou, sempre vi nele uma boa proposta de marketing aonde ele estivesse. Quando vi o primeiro vídeo, a primeira campanha pra Claro, eu disse: Vai bombar! Não deu outra só o que aconteceu, agora acho realmente só imagem não vai manter o sucesso no marketing vai ter que apresentar ações, idéias e por elas em prática. No mais, ótimo artigo!

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