Muito se tem ouvido falar em inovação, inovação. As pessoas querem inovação, a comunicação padrão não traz mais resultados como antes, as marcas que não inovarem estão fadadas a morrer, enfim, teorias e mais teorias são escritas e faladas o tempo todo e o tema inovação está na boca dos gestores das marcas. Claro que é preciso inovar. Sempre! Mas vamos pensar do outro lado.
Realidade aumentada, Vídeos 3D, Aplicativos para Facebook, Revistas Digitais. Esses termos enchem os olhos de qualquer pessoa. Por mais que para alguns, essas sejam ações passageiras, do que sinceramente eu discordo, hoje elas chamam bastante a atenção. E conquistar a atenção do consumidor está cada vez mais difícil, do e-consumidor então, pior ainda.
Então inovação surge mais uma vez como uma forma de “arrancar” pelo menos um olhar do consumidor, o que está se tornando raro. As pessoas, cada vez mais, têm menos tempo para fazer o que precisam. Nós publicitários então, coitados, trabalhamos 14h, 15h por dia… Mas enfim, o artigo não trata disso. Trata de pensar em como, antes de inovar, devemos ser simples. Antes de pensar no bife com fritas, pense no arroz com feijão. Nem sempre inovar é a única saída.
Vamos a um rápido exemplo que sempre falo em minhas palestras e aulas. Quando os americanos foram para os Estados Unidos, eles precisavam de uma caneta para escrever suas observações. Como a gravidade é zero no espaço, as canetas tradicionais não funcionam pois a tinta não desce até a ponta. A NASA gastou milhões de dólares para desenvolver uma caneta espacial que pudesse escrever no espaço. A Rússia levou um lápis.
Recentemente, estive com um amigo e ele estava me contando sobre uma empresa que ele está atendendo em sua agência. Como milhares de marcas, essa não está nas Redes Sociais, mas para 2011 queria estar e de forma bem atuante. Pois bem, esse meu amigo me disse que essa marca recebe uma quantidade considerável de e-mails e ligações no SAC sobre produtos, onde achar lojas, revendas, assistência técnica, elogios e críticas dos produtos. Só que a estrutura da empresa não permite que ela atenda a essas demandas. Pois bem, se ela não atende a essas demandas, como vai interagir com os clientes que irão segui-la nas Redes Sociais?
Quando um usuário segue a marca A, B ou C, ele entende que essa marca vai conversar com ele, logo ele vai fazer uma pergunta e quer uma resposta imediata. Mas como? Sugestão: faça a lição de casa, bem feita e depois vá para as novas mídias. Quanto mais você aparecer, mais as pessoas vão saber de você e mais vão querer interagir. Vivemos esse movimento hoje.
Outro caso é de uma empresa que decidiu refazer o seu site. Queria colocar descrição dos produtos, queria vender online, queria crescer na web. Muito bom, mas como? A empresa não tem cultura nenhuma de web e a diretoria não acredita no meio. A empresa é familiar, fatura alto no seu segmento vendendo via lojas multimarcas e não quer mudar o seu modelo de negócios. Adianta o assistente de marketing querer fazer um plano de marketing digital se quem decide não acredita no meio?
Pois bem: conquiste os decisores que internet é um caminho excelente, que as pessoas buscam a web para consumir e que será um novo canal de vendas e lucros. Depois chame uma agência para traçar o planejamento estratégico digital para a sua marca e faça com que esse plano traga os resultados estimados para a diretoria.
Muitas empresas estão entrando nas Redes Sociais porque é novidade. Nem sempre a novidade anda lado a lado com inovação, mas na cabeça de muita gente uma não vive sem a outra. Quer entrar nas redes? Entre de forma estruturada. Entenda o perfil da sua equipe, entenda quem tem capacidade de pensar o digital. Entrar por entrar, qualquer pessoa entra. Mas o Zezinho se queimar no Twitter é uma coisa. Se a Coca-Cola se queima, a repercussão é infinitamente maior.
Inovar é preciso. Mas se estruturar para isso é mais ainda.
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8 respostas
Ainda não vi nenhum grande caso de sucesso promovido por empresas usando as redes sociais. Vi apenas cópias do que já fizeram no exterior. Mas no Brasil alguém sabe de um caso que bombou…
Muito bom o texto, realmente tem que fazer o básico first of all.
muito boa matéria…só poderia ser do Felipe Morais, grande conhecedor do assunto. Sugiro uma matéria sobre comportamento de artistas, músicos e personalidades nas redes sociais.
um abraço
marcello
Muito interessante esse post !
Apenas complementando, normalmente, se a gestão das empresas não possui familiaridade com a internet, a chance dela entender a essência do texto acima é extremamente pequena…
Abrir uma canal de comunicação nas redes sociais é algo de enorme responsabilidade e a atitude precisa ser outra pois o comportamento de um internauta (principalmente insatisfeito) é completamente diferente de um consumidor “off line”.
O poder de compartilhamento é enorme e o estrago também pode o ser…
Parabéns pelo post. Já ganhou um RT
Creio que as Redes Sociais tenham despertado um sentimento há muito esquecido pelas grandes empresas: RELACIONAMENTO.
Incluir uma empresa nas Redes é dizer que você quer dar dinamismo no atendimento a seu consumidor. Olhar para dentro da empresa e ver como funciona este relacionamento é fundamental!
Como vc bem disse, de que adiantar criar novos canais de comunicação e deixá-los sem a devida atenção. Se a vantagem da Web é sua velocidade de propagação, é bom deixar claro que essa velocidade atua nos dois sentidos, tanto para ajudar, quanto para prejudicar sua marca!
Relacionamento é coisa séria. Na Web é uma ferramenta das mais poderosas!
Parabéns pelo post! Abraços!
Jovem Felipe,
Concordo 100% com o texto!
Até criei uma apresentação mostrando basicamente isso. Mas sem o seu plus que achei que encaixaria perfeitamente:
“.. Nem sempre a novidade anda lado a lado com inovação, mas na cabeça de muita gente uma não vive sem a outra. Quer entrar nas redes? Entre de forma estruturada!” (tomei a liberdade de colocar uma exclamação”. Entre de forma estruturada!
Dá uma olhada quando der: http://mkt4pontozero.blogspot.com/2011/01/marketing-em-redes-sociais_07.html
Abs!
RR
Olá Marcello, levaremos sua sugestão para nossa gerente de conteúdo e aos nossos colunistas.
Abraços
Olá Felipe
O que você disse é muito interessante. A Neomerkato, empresa que trabalho, atua no e-commercehá 10 anos e a todo momento confirmamos que, não só é necessário oferecer o básico, mas também o mínimo de segurança e estruturação interna para conquistar e dar suporte a este cliente. As mídias sociais são extremamente importantes, quando há um profissional dedicado para este tipo de canal e quando há um planejamento e estratégia real do que se espera com este tipo de comunicação com o cliente. Como disse o Fábio Russo, o relacionamento passa despercebido por muitas empresas e as mídias sociais vieram para isso e não para as vendas, objetivo este que precisa estar entre os últimos da empresa.
Abraços