A Classe C é, sem dúvida, a maior responsável pelo crescimento da Internet nos últimos 3 anos. Se em 2007 o Brasil possuía 37 milhões de usuários, fechamos 2010 com aproximadamente 75 milhões, ou seja, o dobro de usuários em apenas 3 anos. Muito se deve à entrada das classes de baixa renda, CDE, na web nesse período. Mas o mercado deve agradecer, aliás, ficar de olho na classe predominante do Brasil, a Classe C, responsável por 51% da população nacional, algo em torno de 100 milhões de pessoas.
Graças a esse número, uma quantidade enorme de marcas começa a mirar a classe C. Não é para menos: com a estabilidade da economia brasileira, a Classe C começou a comprar mais e melhor. Não está mais atrás do preço mais barato e sim da parcela que cabe em seu bolso. Não está mais atrás de qualquer produto, ela quer qualidade, quer ser bem atendida e exclusividade; assim como as classes AB, a Classe C também quer entrar em uma loja e ser bem tratada, quer ter produtos de qualidade e querem mostrar sua ascensão financeira através desses produtos dentro de sua comunidade.
Sociabilidade é um conceito presente nessa classe. Há tempos que a população mais humilde se ajuda na sua comunidade; entendemos a comunidade aqui como a rua onde moram, bairro ou mesmo o mesmo clube que frequentam. As pessoas comunicam sobre vagas de emprego, promoções em lojas, receitas de bolo, festa do vizinho, filmes, enfim, trocam informações diariamente, repito, há tempos.
Esse comportamento é repetido na Internet. Por isso, a Classe C é a mais ativa nas Redes Sociais, e acredita-se que é por causa dessa classe que o Facebook, maior Rede Social do mundo, tem 30% de usuários do Orkut: são 30 milhões no Orkut frente a 10 milhões no Facebook. O Orkut, por ser mais simples e ter sido o pioneiro, é hoje o preferido pelas classes mais baixas. Prova disso é que 90% dos acessos feitos em lan houses são no Orkut.
O poder econômico da Classe C está possibilitando o aumento de consumo e esse comportamento também está migrando para a web. Em 2009, dos 17 milhões de pessoas que compraram na web, 42% delas foram da Classe C. Essas pessoas não estão comprando livros. Estão comprando eletrodomésticos e eletrônicos, produtos que estão acima dos R$ 1.000,00. Isso se deve ao fato de que a Classe C está se acostumando a comprar, por isso, ainda se sente constrangido em entrar em lojas para comprar um produto em várias vezes e acreditam que comprar na Casas Bahia é “coisa de pobre”; além disso, comprar pela web dá a impressão da pessoa ser “antenada”, o que lhe dá status de liderança na comunidade.
Em resumo, esses comportamentos estão sendo potencializados pela web. Aquela velha, mas atual, frase que a propaganda boca-a-boca é a melhor propaganda e que se antes uma pessoa influenciava 10 pessoas e hoje influencia 1.000 é verdadeira. A Internet está ajudando no consumo da classe C, está fazendo com que ela se relacione mais com outras pessoas e que possa influenciá-las no consumo.
Hoje, a Classe C não vive mais sem a Internet e cada vez mais as classes DE se transformam em Classe C, fazendo com que a Internet cresça e, com isso, cresçam as vendas também.
Para saber mais sobre a Classe C na web, acesse aqui e veja o estudo que o curso de Pós-Graduação de Marketing Digital da Faculdade Impacta de Tecnologia montou.
2 respostas
Devemos respeitar a classe C. Principalmente por desconhecermos sua capacidade. Por preconceito ou ignorância, muitas vezes usamos termos depreciativos como “a orkutização do twitter” e não percebemos que a maioria de nós, estudantes ou novos profissionais, ativistas e atuantes da geração Y pertencemos ou viemos da classe C. Basta conferir os parâmetros de renda estabelecidos para delimitar as respectivas classes para sermos surpreendidos.
Essa questão da “orkutização” é bastante intrigante.
Ontem mesmo, uma colega da facul soltou: “Orkut é coisa de pobre, da classe C”. Agora que ela migrou para o FB, sente-se bastante à vontade em exclamar isso.
Mas e antes, quando o Orkut era novidade, uma febre. Quem não estava lá, estava fadado a estar fora dos bate-papos no trabalho, na escola e nas ruas que, em sua maioria, envolviam o site.
Cabe ainda pensar, como bem disse o Abner Phillip, em que classe realmente estamos enquadrados, observando os parâmetros que são utilizados para defini-las.
abs.