Até onde vai o limite de uso das redes sociais no esporte? A cada dia surgem novas polemicas pelo seu uso indevido, ou feito de cabeça quente no calor de provocações. Foram os casos recentes de Valdívia, que xingou torcedores adversários, e Alex Silva, que reclamou das declarações do presidente do SPFC e esbravejou via Twitter.
Em 2009, os jogadores da NBA foram proibidos de twittar algumas horas antes do jogo após Amare Stoudemire,Tyson Chandler e Rasheed Wallace twittarem do banco de reservas. Como fez Dunga e diversos outros treinadores na Copa 2010, que limitaram o uso das redes. O receio mais alegado era manter o foco na competição e não dar maiores detalhes dos bastidores da concentração.
Quem acompanhou toda polemica envolvendo Neymar e Dorival viu após o episódio uma clara mudança de postura do jogador em relação as redes. Neymar limitou-se a brincar com os seguidores e interagir com seus fãs e amigos.
O maior problema do seu uso por parte dos atletas é utilizá-la para reclamar ou xingar torcedores. Os problemas das equipes devem ser resolvidos internamente, externá-los pode desencadear uma desnecessária confusão, que pode levar a consequências graves fora dos limites do clube.
Sabemos que as redes sociais são fundamentais no relacionamento com torcedores, fãs, imprensa no geral, pois mostra o lado humano de muitos atletas que são cobrados por melhor desempenho diariamente. Quando se começa a misturar, problemas extra campo com dentro das quatro linhas, os atletas se perdem.
O último e mais polêmico caso ocorreu ontem na NFL. Rashard Mendenhall, running back do Pittsburgh Steelers, perdeu seu principal patrocinador, a fornecedora de material esportivo Champion, por se mostrar totalmente contrário a festa do povo norte americano em relação a morte de Bin Laden.
Ao twittar que “tinha dificuldades em acreditar que um avião poderia ter demolido um prédio”, ou “Que tipo de pessoa celebra a morte?”, Rashard não imaginaria que a Champion incentiva ações antiterroristas e as forças armadas do país. Além de perder o patrocínio, o atleta foi afastado temporariamente do Steelers.
Seria bacana que o profissional de assessoria de imprensa das equipes orientassem os atletas sobre quão positivas podem ser as redes sociais. Proibir ou limitar não é necessário, conscientizá-los dos benefícios que elas podem trazer, é o melhor caminho.
Uma resposta
Os clubes precisam orientar mesmo seus atletas. Mas nesse caso específico, o afastaram por não ser um jogador consagrado ou uma promessa. O jogador deve ter o direito de expressar a sua opinião. Mas também tem o lado do patrocinador: o jogador deve saber quem é o seu patrocinador, o que ele faz, as ações que ele apóia, etc. Se uma das partes entender que não condiz com as suas ideologias, não deve haver patrocínio. Por este motivo, o Raí, ex-jogador de futebol, seleciona muito bem seus patrocinadores. Ele rejeita cerca de 90% das ofertas que chegam a ele.
Grande abraço.