Justificativa ou blá blá blá: o conceito na identidade visual

“Certa vez ao desenvolver um projeto de identidade visual, atentei para a criação de um conceito pertinente às informações sobre a empresa fornecidas no briefing. Depois de chegar a uma conclusão que julguei atender às necessidades do cliente, preparei a apresentação. Bom, a pessoa sequer leu o que escrevi e, olhando para a marca disse ‘não gostei’. Eu sugeri que lesse o conceito da marca, e como resposta recebi um ‘eu sei como é esse negócio de conceito, um blá blá blá qualquer que não diz nada só para convencer a pessoa, mas eu não gostei. Pode mudar a ideia?’.”

Toda empresa que se preze tem meia dúzia de ideais que deseja cumprir. Pode até não haver um planejamento completo, mas pelo menos questões básicas da imagem que deseja passar para o mercado existem e é praticamente regra a presença delas no briefing. “Quero uma marca que transmita seriedade, força e compromisso com o cliente”, isso pra ser bem básico. Esses atributos apontados pelo empresário que constroem uma identidade corporativa (muitas vezes identidade corporativa é confundida com identidade visual).

Mas porque tanta gente acha que é conversa pra boi dormir? Falta de conhecimento do processo de design? Falta de entendimento da importância do design na captação de clientes e consequentemente no lucro? Achar que fazer design é Photoshop e Corel? Por mais que a profissão tenha crescido e ocupado mais espaço, muita gente ainda acha que é coisa que qualquer um faz, e aí pede para filho / sobrinho / vizinho “dar aquele jeitinho” no Corel e fazer “rapidinho algo bem simples mesmo” porque é urgente e aí o sujeito aparece com aquela coisa com todos os efeitos, sombras e gradientes possíveis. Então quando o designer apresenta uma proposta completa, justificando todas as decisões, o cliente diz que aquilo é enrolação pra cobrar mais caro.

O primeiro papel do designer, no desenvolvimento de qualquer projeto, é detectar um problema a ser resolvido. Ora, se existe um problema, vai ser encontrada uma solução e essa solução é a base para o conceito que sustenta e justifica o produto final. A partir do momento que um empresário compra o trabalho do designer, ele tem que estar apto a compreender (ou pelo menos a ser educado para) como o processo funciona e lidar com as propostas que serão apresentadas, deixando de achar que qualquer texto com mais de duas linhas já é enrolação.

O conceito tem papel importante para vender a ideia que sustenta o material criado, nele são apontados porque aquele projeto atende à necessidade do cliente e, se o designer for esperto, ele pode mostrar também como um bom design traz retornos financeiros para o cliente. Certa vez ouvi dizer que cliente não entende de design, mas que ele entende de lucro, portanto mostrar como pode ser rentável o investimento é falar a língua dele. Uma vez que as justificativas são palpáveis e solucionam o problema encontrado, o cliente vai olhar com outros olhos para o trabalho, e cabe ao designer encontrar  a melhor forma de apresentar isso.

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