Aproveitando a Semana da Mulher, esta coluna será dedicada a três personagens históricas do esporte mundial. Muito subestimadas, as mulheres já conseguiram feitos que nenhum homem jamais conseguiu em sua respectiva modalidade. É o caso de Maria Esther Bueno, Hortência e Marta.
Maria Esther Bueno viveu a época de glamour do tênis feminino. Enquanto no nosso país se vivia a monocultura esportiva, com os olhos voltados para o futebol e Pelé, Maria Esther desfilava seu jogo mundo afora. Sem o foco da mídia brasileira, Maria Esther venceu 17 grand slams (entre simples e duplas). Em Wimbledon foram 3 títulos de simples e dois vice campeonatos, nas duplas foram outros 5 títulos e 1 vice. No US Open, foram quatro títulos de simples e três de duplas. Na década de 60, muitos no Brasil não tinham ideia do que era Wimbledom e sua dimensão.
Maria Esther Bueno, longe do foco da mídia brasileira, levou o nome do país e do tênis brasileiro (ainda muito amador) para todo o mundo e cravou seu lugar na história do tênis mundial. Seu nome foi incluído no Hall da Fama Internacional do Tênis.
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Ela poderia ser chamada de mão santa também, afinal é a maior pontuadora da seleção feminina de basquete. A rainha das quadras Hortência, conquistou diversos títulos em sua carreira, como destaques o Mundial na Austrália em 1994 e a prata nas Olimpíadas de 1996. Por sua excepcional carreira, seu nome foi imortalizado no hall da fama nos EUA e pela FIBA, em Madrid.
Hoje, Hortência é diretora da Seleção Feminina de Basquete e luta pela reciclagem dos dirigentes, técnicos e assistentes do basquete.
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Por último, temos a Rainha Marta. Em um país onde o futebol sempre era visto como algo para homens, eis que surgiu uma atleta que iria quebrar todos os paradigmas possíveis da visão machista do futebol. Em sua infância no Alagoas, os zagueiros mais difíceis de driblar eram a fome, a seca e as dificuldades que uma vida de pobreza total oferece. O amor pela bola sempre falou mais alto, faltava na escola para jogar e ao ser convocada pela seleção sub15, recebia 200 reais de ajuda de custo. Ainda que pouco, mandava dinheiro para sua mãe.
A perseverança e a vontade de vencer lhe renderam belos frutos: cinco vezes melhor do mundo da FIFA, 2 pratas em Olimpíadas e 2 ouros em pan-americanos, passagens vitoriosas pelo Santos e pelo famoso futebol feminino dos EUA.
Estas mulheres merecem total destaque no cenário esportivo mundial. Três heroínas brasileiras que mostraram ao mundo a força que a mulher brasileira tem dentro de si, que venceram dificuldades (seja de reconhecimento ou pobreza) e se tornaram as melhores do mundo no que fizeram e fazem.
Parabéns a todas mulheres pelo seu dia!!!