Há um tempo escrevi um artigo intitulado Por que fazer pesquisas de marketing em redes sociais, e hoje depois de algumas experiências vividas e observadas, vou continuar este tema.
Bem, realizar pesquisas de mercado ouvindo as redes sociais e os movimentos que ocorrem nelas é relativamente fácil. Atualmente o perigoso para os negócios é justamente negligenciar o poder dessas redes e não estar preparado para ouvir ou pior ainda não querer escutá-las!
Mas por que as organizações, independentemente do tamanho devem se mobilizar para realizar esta escuta? Charleni Li e Josh Bernoff, no livro Fenômenos Sociais nos Negócios, elencam seis motivos para isso, e que vou rapidamente listá-los aqui:
Descobrir o que sua marca significa: Uma coisa interessante e que muitos gestores não dão importância, é justamente o fato de que sua marca não é o que ele acha que é ou o que ele planejou comunicar, mas sim o que as pessoas dizem que ela é. Dessa forma, a escuta nas redes sociais vai explicitar o que seus clientes ou não, pensam sobre sua marca.
Compreender como o burburinho muda: Sobre o que seus clientes estão falando em relação ao seu produto? E em relação ao seu concorrente? Os clientes estão falando mais do diferencial que seus produtos lhe proporcionam ou dos preços altos que são cobrados? Eles estão falando mais sobre o novo lançamento ou sobre como são atendidos em seu ponto de venda?
É importante ACOMPANHAR o que está sendo dito nas redes, pois isso proporcionará ao gestor a possibilidade de descobrir quando e em que intensidade os assuntos estão sendo relevantes para seu público.
Economizar o dinheiro das pesquisas e aumentar a taxa de resposta a elas: Pesquisar as opiniões dos clientes de tempos em tempos é caro, mas se através das redes sociais você acompanhar diariamente ou até semanalmente o que é dito espontaneamente a respeito de determinado produto ou lançamento, os gestores podem ter a informação de forma bem mais rápida e em tempo para poder aprofundar esta discussão, e perguntar o “porquê”. E a partir disso traçar mudanças e aperfeiçoar a comunicação ou produto.
Encontrar fontes de influência em seu mercado: Isso significa que o empresário pode descobrir quem mais fala sobre seus produtos: são blogueiros, fóruns de discussão, ou vídeos no Youtube, etc? Depois de descobrir quem são os influenciadores no seu mercado ou em relação aquele determinado produto, as empresas podem cultivá-los.
Gerenciar crises de imagem: A escuta das redes sociais pode funcionar como um sistema de alerta que permite às organizações reagir antes que as coisas saiam do controle. Em momentos que a marca pode sofrer com um vídeo ou um post negativo e se espalhar rapidamente, cada minuto é muito importante, e se a empresa está atenta nesta escuta, pode responder de forma a minimizar as consequências.
Gerar novas ideias para produtos e marketing: Escutar o que se fala nas redes sociais pode gerar novos insights de produtos ou até mesmo de formas de comunicar os diferenciais dos produtos, já que os clientes ao usar os produtos falam entre si sobre formas de resolver determinados problemas, se foi fácil ou difícil a utilização do produto, etc. E isso tudo de forma gratuita e espontânea!
Querer utilizar as redes sociais para fazer pesquisa de marketing e saber os motivos que favorecem este tipo de pesquisa não é suficiente. É necessário saber como realizar esta escuta, na prática. Disto tratará o meu próximo artigo.
5 respostas
Talvez por acanhamento as empresas não fazem barulho nas redes sociais, ou como dito em cima, até mesmo por medo do que as pessoas possam falar.
Mas se começarem a perguntar o que os clientes achariam melhor, o que eles melhorariam, o que gostariam que deixassem, com certeza de pouco a pouco colhe-se informações valiosas.
O único problema é a seriedade e comprometimento de responder tais perguntas nos fóruns e comunidades.
Mas com certeza é uma excelente ferramenta.
Não vejo a coleta de dados na foma de pesquisa de marketing em redes sociais, acredito que não tenha sido essa a idéia do artigo (não localizei o nome do autor). Entendo que a comunicação em redes sociais é informal e deve ser considerada em termos de volume. Em outras palavras, é avaliando as tendências de opinião que a empresa pode tomar a decisão de aplicar uma pesquisa de mercado para saber o porquê dessa tendência ou mesmo interagir um pouco mais para avaliar como essa tendência se formou.
Olá Ricardo, a colunista que escreveu o post é a Roberta Simões e o nome do colunista fica ao lado esquerdo do post na barra lateral amarela – Data | Canal | Colunista | Tags.
Abraços
Oi Ricardo,
Recentemente realizei uma pesquisa em uma comunidade do Orkut, justamente para entender se realmente as comunidades podem servir como fonte de informação mercadológica, e obtive resultados bem interessante sobre a marca/empresa que pesquisei. E isso tudo de forma qualitativa. Só depois converti para alguns aspectos quantitativos.
A pesquisa em redes sociais, em sua maioria das vezes é qualitativa: entender o que está sendo falado da nossa marca ou empresa, e pode-se mensurar a partir da frequência com que isso acontece. Mas certamente a minha intenção com este artigo não é reproduzir nas redes sociais, as pesquisas quantitativas feitas aos moldes tradicionais, já que para perguntar diretamente o que se quer saber a um grupo de pessoas, existem outras formas e até outros meios mais eficazes.
As grandes empresas já se deram conta de que isso é uma realidade, mas infelizmente as pequenas se dividem entre achar que isso é coisa de empresa grande e as poucas que acham que isso é necessário, acham que é caro fazer a contratação de um profissional ou agência especializada para esse acompanhamento. Acabam fazendo isso os próprios donos, que não tem tempo pra tal tarefa, que julgam ser simples e não dão os créditos necessários para a nova profissão. Espero que esse mercado amadureça cada vez mais rápido.