Duas situações bem distintas podem servir de exemplo do quão importante é o gerenciamento de carreiras. Muito mais que saber escolher o melhor clube, melhor contrato, é saber gerenciar da melhor maneira sua imagem.
Para mostrar-lhes com exemplos, vejam as atuais situações de Adriano Imperador e Luis Fabiano. Ambos na casa dos 30 anos, com bom sucesso na Europa, vestiram (e vestem) a camisa da seleção brasileira e ambos esperanças de gols por onde passaram.
Luis Fabiano acaba de ser contratado pelo SPFC por aproximadamente 8 milhões de euros, sendo bancado por um inovador projeto de marketing desenvolvido para tal. Adriano Imperador, com 29 anos, está sem clube e com portas fechadas em diversos clubes brasileiros.
Polêmicas, atrasos, mentiras, festas, peso, foram alguns dos fatores que fizeram Adriano não ser mais levado a sério por nenhum clube. A promessa da volta por cima, de um novo homem, de voltar a Europa para vencer e ser, de fato, um Imperador, foram ouvidas algumas vezes e sem sucesso algum. Adriano não valoriza sua imagem, ele não valoriza o seu futebol.
Ponte Preta, Rennes, SPFC, Porto, Sevilla, seleção brasileira, esta é a carreira de Luis Fabiano, sempre ascendente. Muito assediado no Sevilla, nunca conseguiu uma grande transferência para clubes maiores na Europa por insistência do clube em sua permanência. Ele é importante.
Voltar a um clube brasileiro já não é demérito, muito menos quando se abrem as portas. O marketing já sustenta grandes craques e que a partir de sua imagem, tenha produtos e empresas que o banquem. Adriano está sem mercado e com uma imagem desgastada.
Gilmar Rinaldi, representante de Adriano, faz o que se espera de um empresário. Aparece somente para apagar os incêndios que Adriano deixa e desmente transferências. O ápice do absurdo foi quando a Roma divulgou a rescisão com o jogador e Gilmar apareceu dizendo que não havia sido notificado, então não era oficial.
Mais que um empresário, os atletas precisam de um profissional que os oriente em suas condutas, não somente no esporte, mas também no lado pessoal. Desta forma, pode-se evitar que problemas extra-campo não causem prejuízos ao clube, aos patrocinadores e a sua performance esportiva.
Ao pé que chegou a carreira de Adriano, ele precisava de profissionais que saibam gerenciar sua imagem. Mas o maior problema, que vai além do histórico polêmico de Adriano, é a falta de vontade do jogador em ser ajudado. Ele se conforma como está.
O clube que trouxer Adriano dificilmente terá nas empresas a confiança em bancar o salário do jogador. Ainda acredito que algum marketing mirabolante deve ser feito para capitalizar sua vinda, afinal, se eu não acreditasse na magia do marketing não teria porque gastar tanto tempo falando sobre ele.
Por outro lado, fruto de uma carreira sem confusões, Luis Fabiano é totalmente amparado pelo marketing e por um clube com estrutura para ter, mais uma vez, o sucesso que merece.