Neofrugalismo: Tendência do consumo ou modismo?

Em um cenário de crise econômica, recessão e gastos comedidos, David Rosenberg, autor do relatório “O Futuro Frugal”, prevê que a farra consumista dos últimos anos está definitivamente sepultada e em 2009 os consumidores valorizarão cada centavo gasto nos produtos que compram – seja num frasco de xampu, seja num aparelho de TV.

Segundo este relatório, o neofrugalismo como tendência de comportamento que começou a ser observada por especialistas americanos em marketing e consumo após a crise das hipotecas podres, no fim de 2007, não é algo episódico, mas veio para ficar.

Nesta tendência, consumidores têm adotado comportamento semelhante em países europeus em recessão. Por exemplo, os consumidores tornaram-se mais seletivos e passaram a buscar produtos e serviços com diferenciais tangíveis.

Seguindo esta lógica, as pessoas devem passar mais tempo em casa como forma de economizar em despesas supérfluas e isso abre uma perspectiva a toda uma gama de produtos voltados para a diversão doméstica – vasta categoria que envolve de computadores que funcionam como central de entretenimento a videogames e sistemas de som digital.

Os consumidores neofrugais, ao que parece, deverão fazer com que empresas de todos os ramos, reajustem e repensem suas estratégias de marketing, e resignifiquem os produtos e serviços que oferecem à seus clientes.

Bem, vamos tentar aproximar um pouco mais este conceito do nosso dia-a-dia, pois o fato é que alguns aspectos são fundamentais para o entendimento desta nova tendência de consumo: busca por benefícios tangíveis e maior seletividade.

Neste ponto é interessante pensarmos que o conceito de benefício tangível não deve restringir-se apenas ao fato de ser um benefício “palpável”, “corpóreo”, e sim, principalmente um benefício que seja sensível e perceptível ao consumidor.

A partir deste entendimento podemos fazer alguns ensaios dos ajustes que empresas de alguns ramos podem fazer para acompanhar esta tendência. Por exemplo: Construtoras de imóveis – como muitas já estão fazendo – devem oferecer não só apartamentos amplos e com boa infra-estrutura, devem permitir que seus clientes percebam naquele empreendimento uma possibilidade de possuir um LAR, e não uma simples casa, no qual predominam uma família feliz, seguro e reconfortante. Local em que será o refúgio do comprador, independente das dificuldades sofridos fora deste espaço. Ao mesmo tempo que este lar é um local em que proporcionará ao comprador estabelecer relações, ou seja, relacionar-se com iguais.

Independente do ensaio realizado agora, é importante que as empresas foquem na resposta à seguinte pergunta: “Qual é o benefício tangível para o meu público?”

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