No marketing digital, a palavra marketing vem antes da palavra digital, ao menos aqui no Brasil. O que quero dizer é que os conceitos fundamentais de marketing, publicidade, design são mais importantes do que todas as ferramentas digitais. São as estratégias, o planejamento, os pensamentos humanos, que vão fazer as táticas utilizadas nas ferramentas atuais ou futuras darem resultados.
O controle da marca não existe. O comportamento do consumidor atual com a Internet deixou de ser simples receptor da comunicação para se tornar retransmissor e formador de conteúdo. Ouça bem: cada pessoa com um computador e um pouco de habilidade tem as ferramentas para fazerem suas opiniões sobre sua marca serem ouvidas por outras pessoas. Elas já estão falando sobre você. O controle da mensagem é uma ilusão, desista.
Seus Stakeholders estão falando sobre sua empresa no Facebook, Twitter, Orkut ou em grupos fechados desenhados para deixá-lo fora, para que possam falar sobre você em paz. Seus clientes estão enviando e-mails e usando o MSN para falar da experiência com sua marca. Você não tem controle. Você deve entrar na conversa, ao menos você poderá influenciar o que está sendo dito.
O marketing tradicional não é inimigo do marketing online ou marketing digital, são complementares. A mídia off-line pode complementar a on-line e vice-versa. O que existe hoje claramente é uma divisão entre as agências digitais e as agências de publicidade tradicionais, elas podem trabalhar em parceria ou ter um braço digital dentro da própria estrutura off-line.
Considero alguns conceitos e estratégias de marketing fundamentais para o sucesso de uma campanha d marketing digital. São eles:
#segmentaçãodemercado
Segundo Kotler a segmentação é a subdivisão do mercado em subconjuntos homogêneos de clientes, em que qualquer subconjunto pode, concebivelmente, ser selecionado como meta de mercado a ser alcançada com um composto de marketing distinto. Desse modo, devemos tratar cada mídia social e cada target de forma única.
Outras disciplinas têm contribuído de maneira significativa para os estudos de segmentação de mercado, como é o caso da Sociologia e da Psicologia. Em 1977, um artigo de Schwitzer propôs a adoção da segmentação psicográfica para maior alcance da audiência de veículos. A segmentação psicográfica enfoca o estudo do comportamento do consumidor e divide o mercado em segmentos com estilos de vida homogêneo, entre si, e heterogêneo, em relação aos demais segmentos. A segmentação psicográfica, a qual eu considero a mais importante, é muito comum nas mídias sociais. São várias as comunidades que se relacionam e se segmentam por estilo de vida.
#marketingderelacionamento
Prestar atenção nas opiniões das comunidades e comentários em Redes Sociais, blogs e microblogling visando satisfazer as necessidades e interagir com os usuários são a base do marketing de relacionamento nas mídias sociais. é uma estratégia de negócios que visa construir proativamente uma preferência por uma organização com seus clientes, canais de distribuição e funcionários, contribuindo para o aumento do desempenho dessa organização e para resultado sustentáveis. Consiste, portanto, em lançar mão de várias ferramentas do marketing, integradas sob um grande “guarda-chuva”, que garante alinhamento estratégico e coerência de ação.
#buzzmarketing
O buzz marketing tem como objetivo disseminar a mensagem e fazer com que esta aconteça, é necessário que a empresa esteja interagindo com os consumidores nos lugares onde eles se encontram: nas mídias sociais. Esse espaço construído pela interação dos usuários da Internet e é onde tem se concentrado o público da que precisa ser alcançado e que está compartilhando sobre suas experiências de compras. Chegue até outras pessoas com um alto grau de influência, formadoras de opinião. Esse espaço construído pela interação dos usuários da web é onde tem se concentrado o público da que precisa ser alcançado e que está compartilhando sobre suas experiências de compras.
#marketingdeguerrilha
Pode surpreender o número de “grandes empresas” que iniciaram a luta como pequenas empresas. A história da ascensão desses ícones é a história do marketing de guerrilha. Até 1984, os princípios do marketing de guerrilha eram conhecidos por um grupo seleto de pessoas no mundo. Eles ciosamente mantiveram em segredo essa informação em um fervor quase fanático.
O equilíbrio de forças foi dramaticamente prejudicado por um gênio de marketing chamado Jay Conrad Levinson — indiscutivelmente um dos mais respeitados homens de marketing no mundo. Ele é o homem que cunhou o termo “marketing de guerrilha” e apresentou esses segredos. Seus conceitos têm tanto êxito que ele já publicou 27 ivros sobre o assunto (em 37 idiomas). Os livros de Jay Conrad Levinson são leitura obrigatória na maioria dos mais respeitáveis programas de MBA no mundo, e ele é hoje o autor de livros empresariais mais lido e respeitado no mundo. E ele fez tudo isso “do nada”. Quer dizer, o sucesso da marca “marketing de guerrilha” é um testamento dos mesmos princípios que o próprio Jay ensina.
Tanto é assim que ele também é um dos criadores do Homem de Marlboro.
Então, afinal, o que é o marketing de guerrilha?
“De que forma o marketing de Guerrilha é diferente do marketing tradicional? Marketing de guerrilha significa estratégias pouco convencionais, nada tradicionais, que não estão no manual e são extremamente flexíveis.” As táticas de guerrilha aplicam-se totalmente aos negócios eletrônicos, pois a internet não é apenas um novo campo de batalha para o marketing de guerrilha, mas o seu derradeiro!
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André Telles é formado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, cursou Pós Graduação em Marketing (FAE Bussiness School – 1996), e MBA em direção estratégica (FGV – 2008). Têm em seu currículo diversos cursos de extensão ligados a marketing digital e Internet, no Brasil e exterior.
Em 2005, escreveu o primeiro livro do Brasil a tratar das mídias sociais, intitulado “Okut.com”, lançado pela editora Landscape. Em 2009 lançou sua segunda obra, “Geração Digital”, pela mesma editora. Já realizou diversas palestras sobre marketing digital, inclusive para o Google Internacional.
CEO da agência digital, Mentes Digitais, especializada em marketing digital.
www.mentesdigitais.com.br | www.twitter.com/andretelles