A web 2.0 tem em sua essência a colaboração e a interação, onde internautas têm o desejo de participar de cada detalhe do site. Seja enviando vídeos, fotos comentando notícias, posts, criando comunidades, se promovendo, enfim a Web 2.0 deu liberdade para que as pessoas se mostrem, elas querem falar e serem ouvidas, querem criar e se mostrar ao mundo. A Web 2.0 acabou com os famosos “15 minutos de fama”. Agora a fama é o tempo que essa pessoa for relevante para um determinado número de pessoas. Sabendo disso, empresas e programadores – quase diariamente – lançam diversas novidades nos quatro cantos do mundo. E, claro, os internautas agradecem, aliás, não apenas agradecem como entram em sites para solicitar melhorias, dar sugestões, dicas e pedir novidades.
São ferramentas que caem no gosto dos internautas, viram febres, viram mania nacional e mundial, e claro, despertam o interesse dos anunciantes, que desejam estar inseridos nessas comunidades, interagindo com os consumidores. Aliás, que marca não deseja isso?
Todas essas ferramentas se resumem em um único conceito, denominado mídias sociais, onde diversos internautas se juntam, interagem, compartilham de tudo e se conhecem, mesmo que virtualmente. Até uma demanda por um novo profissional – Moderador de Mídia Social – está crescendo no mercado online. O Orkut foi o grande incentivador dessa febre – quando lançado em 2004, a web 2.0 era apenas uma lenda: Hoje ela é a realidade, sendo até responsável por teorias onde defendem que sites 1.0 estão morrendo aos poucos. Bom, estamos acostumados com essas “mortes”, afinal a TV mataria o rádio, a revista mataria o jornal, a Internet mataria todos. Estão todos por aí, firmes, fortes e lucrando.
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Leio bastante sobre anunciantes que desejam estar inseridos nessas comunidades, afinal será que uma marca de computadores não gostaria de estar inserida em uma comunidade “Eu amo a Web”? Ou um carro popular não gostaria de estar inserido em uma comunidade de vestibulandos? O poder de impacto é muito grande e sendo bem feito, há grandes chances de altos lucros para as marcas.
Como um planner, de formação, especialização e vocação, está no sangue pesquisar sobre diversos assuntos. Como publicitário interativo, o grande foco das minhas pesquisas e estudos é a web. É preciso estar sempre muito atento às novidades que a tecnologia proporciona, pois a cada dia é uma nova surge.
Pesquiso diariamente sobre novidades, desejos do consumidor online e anunciantes, mas pouco vejo o que se espera disso tudo, quais resultados as empresas buscam ou conseguem, assim, diante desse cenário, pergunto: e o planejamento, onde fica nessa história? Afinal, uma ação dessas deve ser muito bem planejada, porque um erro nessas comunidades pode ser fatal. Para um usuário abrir uma nova comunidade “eu odeio o anunciante X” levar diversos outros usuários para seu lado é algo extremamente rápido e sem a menor possibilidade de veto pelo anunciante. A web 2.0 é um ambiente livre, onde as pessoas demonstram seus gostos. Não se pode policiar ou proibir a opinião pública.
O planejamento, em qualquer área da comunicação, é extremamente importante. Claro que defendo que cada área na comunicação tem a sua importância, afinal, se uma roldana está frouxa, a engrenagem da máquina não funciona.
Inserir uma marca em uma comunidade não é fácil, a começar pelo fato de que os moderadores muitas vezes não permitem isso. É preciso dar uma vantagem a ele, aliás, a todos os usuários da comunidade, pois se o moderador “se vender” a uma marca, os usuários podem se irritar e sair, assim, ele perde a audiência e com isso o patrocínio da que só está pagando aquele espaço para ter o direito de se expor a um determinado número de usuários interessados em um determinado assunto. Outro erro é produzir um usuário “fake” (gíria que significa perfil falso) apenas para interagir com a comunidade em prol da sua causa. Isso, além de ficar falso, acaba com a marca em minutos, basta um dos usuários desconfiar, levantar a questão e pronto, todo o trabalho da marca junto às mídias sociais foi por água abaixo.
Insisto que o mais importante dentro dessa ação é pesquisar sobre as comunidades, pesquisar sobre o que conversam, quem são os líderes, do que gostam, do que não gostam. Entender como determinada comunidade consumiria uma mídia, se isso seria invasivo, ou se bem aceito, entender como entrar na comunidade aos poucos. Avaliar o potencial de retorno, analisar a viabilidade, os recursos necessários, ver dentro da ação quem vai monitorar os comentários, analisar os blogs de cada usuário: sobre o que eles estão falando? E da marca?
Quem fará os relatórios? Quais objetivos traçados pelo cliente (apenas aparecer com certeza não vai ser)? E como mensurar os resultados. Em resumo, o importante das mídias sociais não é simplesmente estar nelas. É saber – planejando – como se aproveitar delas.