As famosas pulseiras do equilíbrio ganharam notoriedade nos últimos 4 anos. Criadas em 2007 nos Estados Unidos por jovens esportistas, as pulseiras Power Balance se comprometem a melhorar a performance esportiva, focando no aprimoramento do equilíbrio, força e flexibilidade.
No fim de 2010, a empresa foi multada em 350 mil euros na Itália por propaganda enganosa e na Espanha, pelo mesmo motivo, em 15 mil euros. No começo de 2011, a filial australiana da empresa emitiu uma nota admitindo que as pulseiras não funcionavam. A partir daí, as críticas tomaram proporções mundiais.
Quis contextualizar o leitor que, fora dos EUA, a empresa sofre com desconfiança e críticas. Mas nos EUA, suas vendas e defensores aumentam a cada dia. Para se ter uma noção, a lista dos esportistas que utilizam a Power Balance é recheada de astros: Kobe Bryant, Shaquille O’ Neal, David Beckham, Cristiano Ronaldo, Alex Rodriguez (NY Yankees), Rubens Barrichello e etc.
O investimento no esporte do país segue a todo vapor para, quem sabe, mudar sua imagem no exterior e fortalecê-la internamente, no seu mercado mais rentável.
A Power Balance anunciou acordo de naming right com o Sacramento Kings, franquia da NBA. A atual Arco Arena, a partir de março, passará a se chamar Power Balance Pavillion. A Arco, sigla da empresa de energia Atlantic Richfield Company, encerra uma parceria de 25 anos com o Kings, na qual desembolsava 750 mil dólares/ano pelo direito de nome.
O lado social não foi deixado de lado. A Power Balance apoiará programas que incentivem a prática de esportes para a melhora da saúde e bem-estar de toda a comunidade de Sacramento. Os programas serão destinados a crianças e famílias, com foco em eventos esportivos, produtos e ações promocionais.
Apesar da abrangência mundial que a empresa tomou, a Power Balance adota uma estratégia de defesa. Ela foca seu investimento no seu mercado mais forte, onde há segurança no produto, e não se acomoda com as críticas de fora dos EUA.
O investimento no social de Sacramento fortalece a imagem institucional da empresa, que passa a ser menos dependente do mercado externo, onde o produto caiu em defasagem e dificilmente será aceito novamente.
6 respostas
Tem que ser muito idiota para acreditar nisso.
A opção dela em investir nos EUA é simples de ser explicada: uma sociedade baseada no über consumismo absorve um produto confesso “picareta” para o que ele se propõe. Só que essa estratégia é apenas de sobrevida se algo não for mudado. Explico: 1) os EUA, em uma crise grave, tende a diminuir seu nível de consumismo 2) Não crescer globalmente é igual a definhar a longo prazo. Isso vale para indústria de automóveis ou para a de acessórios esportivos.
Apenas uma estratégia me pareceria sustentável a longo prazo: mudar radicalmente o posicionamento de um produto que “se compromete a melhorar a performance esportiva, focando no aprimoramento do equilíbrio, força e flexibilidade” em um acessório de moda ligada à causa esportiva, de saúde e social. Ou ela se aproxima da Lance Armstrong yellow rubber band, diminuindo seu preço unitário e trabalhando um novo deliverable, ou está fadada ao folcore, como um ab-shaper ou algo assim.
Roger: Se há uma comunicação bem feita, até aqueles que nao acreditavam em determinado produto, passam a acreditar. Este é o reconhecimento de um profissional de comunicação.
Carlos: Concordo com sua análise. Vou além ao dizer que como se sentem o dono do mundo, com mais um produto americano dominando o mercado, jamais dariam o braço a torcer ao admitir que é uma farsa. Se sabiam que não poderiam comprovar sua eficácia, que não colocassem a venda, pois reposicioná-la agora, é admitir o erro e entregar o produto ao fracasso total. Falsa ou verdadeira, os investimentos esportivos da Power estão no caminho certo. Focam no nome forte que possuem e não mais no produto, que segue com excelentes vendas em solo americano.
Eduardo, é isso aí! E focar no nome (o único real ativo deles: a marca) é o primeiro passo que pode desembocar em uma mudança de produto mais para frente. Aproveita-se o ciclo de maturidade da atual pulseira (que segue válido para o mercado americano) e prepara a marca para uma nova etapa. Uma linha de roupa power balance, eventos sociais-esportivos power balance… Sobreviverão! São competentes e devem ter feito caixa para aguentar essa transição.
A associação da marca com atletas de ponta no mercado esportivo foi uma estratégia muito legal.
E Não estamos falando se o produto funciona ou não e sim da sua estratégia, onde justamente o Eduardo fez uma importante análise.
Carlos: Exatamente, Carlos. A Power pode aumentar seu mix de produtos, pois o nome é forte, associa-lo a outros produtos, como camisetas, roupas de ginástica, acessórios esportivos, seria uma boa saída para manter tanto o nome, qnto a qualidade do produto oferecido.