Iniciando a série de posts de leitores que serão publicados aqui no O Melhor do Marketing nas próximas duas semanas, post de Ricardo Rocha.
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Desde a época em que existia pogobol e “travinha” nas ruas, eu sempre gostei de propaganda. E talvez seja por isso que quase sempre presto atenção em cada detalhe nos 30 segundos mais gostosos da televisão: o comercial.
A partir dessa paixão, veio a faculdade, as experiências profissionais e o mesmo amor de sempre pela propaganda. E hoje, apesar de ter que comer pizza toda vez que fico após o horário do expediente, confesso que ainda gosto desse ambiente de egos, deuses e gênios. Gênios, como são vários. Pelo menos pra mim, Marcelo Serpa e Olivetto são os maiorais. Questão de gosto e nada mais que isso.
Sempre gostei dos conceitos que eles criaram/criam e anunciaram/anunciam durante várias décadas/até hoje. Prêmios, conquistas, números e resultados. E o melhor: sensações que senti ao ver cada campanha de suas agências. Esses dois e mais meia dúzia de três ou quatro são os famosos “dinossauros” da nossa propaganda. E foi por eles que me apaixonei por essa parada.
Hoje, com o avanço da internet e a criação das tão famosas mídias sociais, a propaganda passou por uma revolução. Hoje, Twitter, Facebook, Orkut e muitas outras comunidades virtuais têm sido alvo de criativos e de campanhas publicitárias, além claro, dos banners e ações mais tradicionais. Os novos criativos on-line criam e ousam cada vez mais explorando a internet e tudo que ela permite. Não há como negar que existem ações geniais, banners ousadíssimos e coisas inesperadas. Mas ainda acho que junto a isso, existe muito desrespeito com os “dinossauros”.
Já ouvi da boca de um publicitário “digital” que “a onda são as mídias sociais… é lá que a propaganda vende”. Peraí, vamos com calma. Propaganda não é mídia, é conteúdo. A mídia é onde será publicada. Propaganda é informação, é emoção, é meu primeiro sutiã (calma, me refiro à propaganda), minha Caloi. Propaganda é compre Batom, é a poupança Bamerindus que continua numa boa, é vem pra Caixa você também, é tudo isso e mais um pouco. Propaganda é conceito, é sabedoria, é criatividade. As mídias sociais chegaram agora e não podem querer sentar na janelinha. Quem guia o “busão do Brasil” e do mundo são os dinossauros, aqueles que começaram com tudo isso, pessoas que merecem nosso respeito.
É óbvio que temos que aplaudir todas as ações publicitárias on-line e tudo que envolve marketing na internet. Tem cada site, cada ideia, cada campanha que dá água na boca só de lembrar. Mas a propaganda vem antes disso e certamente tem grande importância na inspiração da nova geração digital. Talvez Marcelo Serpa, Olivetto e muitos outros não sejam os experts das mídias digitais, mas são certamente ícones da propaganda nacional/mundial e referência quando o assunto é criatividade.
Não pode existir disputa entre os dinossauros e os digitais. Na verdade, não se deve nem existir tal diferenciação. Mas que tenha. O que não pode ter é uma disputa de quem é melhor que o quê, de quem é mais eficaz. Quanto mais mídia, melhor. Quanto mais ferramentas, melhor. Espaço para criatividade nunca é demais. E cá entre nós, dinossauros ou não, nem o tempo irá extinguir aqueles que têm a essência da propaganda nas suas veias.
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Sobre o Autor
Ricardo Rocha. Redator, 28 anos, Amante da Propaganda, mas Casado com a Criatividade em todas as áreas. @aultimafesta
Uma resposta
Ei, Ricardo. 🙂
Gostei do seu post, só tenho 2 comentários:
1) concordo que propaganda é conceito, ideia, conteúdo. Uma boa ideia vende, independente do meio que se utiliza para ela. E claro, concordo que os gênios da propaganda sempre serão gênios, e merecem ser respeitados. 🙂
2) Apenas vou discordar quando você diz que não deve haver diferenciação entre “dinossauros e digitais”. O meio digital permite uma interação nunca antes vista na mídia de massa. E isso exige muito mais do que saber fazer propaganda: exige conhecimentos de Relações Públicas e também de ciências humanas (sociologia, antropologia). Várias agências tradicionais tentaram fazer propaganda online, mas viram que precisavam de um braço digital dentro delas, justamente porque no meio digital, não é somente o meio que muda, e sim as formas de interação interpessoal.
Recomendo ler Alex Primo ( http://www.interney.net/blogs/alexprimo/ ) e Raquel Recuero ( http://www.pontomidia.com.br/raquel/ ), são ótimos profissionais e entendem bem essa nova cultura digital.
Abraços,
@dianapadua