Consumidor do século XXI no Brasil
Nos últimos quatro anos, o hábito de ir às compras no Brasil cresceu aproximadamente 12%. Em 2002, os brasileiros o faziam com freqüência mínima de 30 dias somavam 60% da população. Atualmente, este montante chega a 67%, ou seja, 35 milhões de brasileiros saem às compras periodicamente.
As pessoas entre 25 e 34 anos se destacam no hábito de fazer compras. Quando a população é segmentada por sexo, as mulheres vão mais as compras dos que os homens, com 71% contra 63%, comprovando a tese de que o “sexo frágil” adora comprar.
Nas classes socioeconômicas, a diferença acompanha a tendência do potencial de consumo – 77% das pessoas das classes AB realizaram compras recentemente, seguidas das classes C e DE (65% e 55% respectivamente). O recorte regional da pesquisa mostra que a cidade de Belo Horizonte (MG) é onde mais as pessoas fazem compras (71%) e Fortaleza aparece como a cidade brasileira com a menor incidência de compras no período dos últimos 30 dias (63%).
Comportamento “verde” e consistente
Há uma tendência favorável aos assuntos relacionados ao meio ambiente e o Brasil destaca-se quando comparado com os demais países da América Latina. Quando perguntados sobre a importância da reciclagem, 89% dos consumidores brasileiros responderam que consideram reciclar um dever de todos e 71% afirmaram estarem dispostos a pagarem mais por um produto que seja saudável para o meio ambiente – 63% ainda disseram estarem dispostos a mudarem seu estilo de vida para beneficiarem o meio ambiente. Ainda assim, na contramão deste traço marcante do consumidor brasileiro do século XXI, 36% dos indivíduos disseram achar que atualmente a preocupação com o meio ambiente é excessiva.
Quanto aos valores desses consumidores em relação ao tempo e ao trabalho, percebe-se que eles estão ainda mais preocupados com a realização profissional e, consequentemente, com a remuneração: 44% deles afirma que o dinheiro é a melhor medida de sucesso. Cerca de 70% disseram que não trabalhariam menos, caso isso significasse redução no salário. Ainda assim, 56% concordam que a forma como gastam seu tempo é mais importante do que o dinheiro que ganham.
No que diz respeito aos aspectos psíquicos de influência na hora da compra, os consumidores do século XXI demonstram personalidade forte e primam pela diferenciação dos demais. Apenas um terço afirmou a importância de estar em dia com a moda e estilo, sendo que mais da metade discordou que use marcas conhecidas para se sentir incluído no seu grupo de amigos. O estudo também revelou que as celebridades têm pouca influência na decisão de compra, atingindo menos de 15% da população de modo a fazer o comprador mudar de idéia. O brasileiro também se mostrou um consumidor fiel as suas marcas de confiança, o que foi confirmado por 72% dos entrevistados.
“A experiência individual do consumo e qualidade são fundamentais. Ele conhece e exige seus direitos. O que realmente diferencia este consumidor é a sua atitude”, afirma Juliana Sawaia, gerente de marketing do Ibope Mídia e uma das responsáveis pelo estudo, em nota enviada ao PortaldaPropaganda.com.
Principais influenciadores
O consumidor é impactado pelo circulo de influências composto por: mídia, ponto-de-venda e relacionamento. Dentre as principais fontes de informação na decisão de compra, as mais citadas pelos consumidores brasileiros são: experiência anterior e opinião da família.
As ações posicionadas no PDV também aparecem como um fator importante e muitas vezes decisivo na hora da compra, principalmente no que se refere a roupas (38%), alimentos (36%) e celulares (35%).
A busca pela informação, como dito anteriormente, é fundamental para o consumidor do século XXI. Metade deles afirma estar apta a fornecer muitas informações sobre algum tipo de produto e outros 34% dizem que conversam bastante com muitas pessoas diferentes sobre produtos de interesse antes de efetuarem a compra – 34% concordaram que é bastante provável que consigam convencer outras pessoas a respeito de determinados produtos com suas opiniões.
“Percebemos que o consumidor do século XXI é pouco influenciável, mais responsável e consciente dos seus gastos, além de muito mais exigente em relação à qualidade dos produtos e marcas que consome e, se não está satisfeito, vai atrás dos seus direitos”, afirma Dora Câmara, diretora comercial do Ibope Mídia.
O estudo “Consumidor do Século XXI” na íntegra, inclusive com os recortes regionais das principais regiões metropolitanas do País, pode ser adquirido pelo www.ibope.com/consumidor. Para maiores informações, acesse Portal da Propaganda.