Mobile Marketing no Brasil

Podemos observar, de forma crescente, a utilização por parte de algumas empresas, de um recurso que até bem pouco tempo (e talvez até hoje!) era motivo de muito receio e incredulidade por parte dos empresários, no que tange a seus resultados efetivos sobre os investimentos.

Trata-se do Mobile Marketing, uma interessante maneira de marketing direto, entretenimento, construção de diálogos ou interação para alcançar o consumidor. É o termo usado para campanhas de marketing para dispositivos móveis, como telefones celulares e hand helds / PDA e BlackBerry.

Proporciona ações personalizadas e direcionadas, interativas e em tempo real. Apresenta incontáveis possibilidades de uso comercial, que vão desde o envio de mensagens de texto com promoções ou serviços, até a veiculação de fotografias de produtos e vinhetas corporativas. Os formatos mais conhecidos são o envio de SMS (Short Message Service) e MMS (Multimedia Messaging Service) e Bluetooth.

O canal de telefonia móvel é um canal interativo de múltiplas formas, inter-operável e em rede, composto de várias tecnologias de serviços de entrega para fazer propaganda para um indivíduo como também para “entregar” comunicação individual, personalizada, informação, produtos e serviços de entretenimento.

O que distingue a telefonia móvel como mídia de marketing dos outros canais tradicionais como TV, rádio, e jornais é que ele é pessoal, interativo, temporal, e independente de localização. A mídia permite ao remetente receber a confirmação de quantas mensagens foram lidas e quantas foram apagadas, agrega noções de valor por parte do consumidor, tem alto índice de leitura, é uma comunicação não invasiva, o custo é acessível e aplicável a todos os setores de atividades, principalmente para as empresas que precisam encaminhar informações para grupos de pessoas que não estão à frente do computador.

No Mobile Marketing não é preciso olhar nenhum papel, ligar o computador ou folhear uma revista. Apenas olhar na tela do celular. Além disso, através de sistemas LBS (Location Based Services), é possível enviar uma mensagem ao usuário sabendo sua localização com margem de erro de 3 metros, geralmente. Isso permite fazer uma oferta a determinado consumidor que está próximo do local de promoção, aumentando significativamente as chances de ação imediata do consumidor.

Mas o que leva algumas empresas como Bradesco, Branco do Brasil e tantas outras a aderir a este tipo de estratégia? Talvez algumas respostas possam ser encontradas ao analisarmos o cenário do Mobile Marketing no Brasil, conforme dados do MMA (Mobile Marketing Association). Quem quiser a pesquisa na íntegra pode acessar: http://mmaglobal.com/files/MOBILE_MARKETING_BRASIL.pdf

– 57% da população brasileira que possui celular, utilizam-no para enviar e receber mensagens de texto;
– 41% dos usuários possuem celular com acesso a internet;
– Houve forte aumento da utilização do celular como fonte de entretenimento. O consumo de vídeos e músicas aumentou 109%, o envio e recebimento de MMS aumentou 60%, e acesso a internet móvel 20%;
– O SMS já pode ser utilizado para campanhas de massa 82,5 milhões de pessoas já o utilizam. E a internet móvel segue crescendo com boa penetração entre os usuários;
– Os planos pós-pagos estão concentrados nas classes AB. Mas ao contrário do que se pensa, a classe C consome SMS e utiliza a internet móvel.

Para complementar alguns dados desta pesquisa, gostaria de citar um recente resultado divulgado pelo IBOPE, de que o acesso à internet cresceu 10% entre 2008 e 2009. Ou seja, o índice de brasileiros conectados saiu de 49% para 54%, respectivamente. Segundo o estudo, esse movimento representa mais de 25 milhões de pessoas que costumam conectar-se à rede no País, ainda que de vez em quando.

Outro destaque do estudo é a maneira como os brasileiros se conectam quando não o fazem pelo computador. De acordo com o trabalho do Ibope Mídia, 66% navegam pela internet pelo celular, 21% recorrem a smartphones com tecnologia 3G, 9% usam aparelhos de mão, como palm tops, e 3% acionam a web por meio de smartphones sem tecnologia 3G. Além disso, dentro do grupo que se conecta por esses equipamentos, 25% acessam a internet diariamente.

Na atual condição de retração financeira e corte de custos que podemos presenciar o que vale mesmo é ter serviços eficientes, que gastem menos e gerem resultados. É neste contexto que se encaixa a nova moda de se fazer marketing via celular, o chamado Mobile Marketing. É claro que isso merece um estudo mais aprofundado e boas estratégias, afinal não basta enviar um torpedo para qualquer base de dados comprada e esperar o resultado vir. Pois provavelmente não ocorrerá isso!

Penso que um bom direcionamento é sempre o bom senso, ou seja, as empresas devem enviar para seu cliente conteúdo e serviços relevantes e que façam a diferença para ele, do contrário, na melhor das hipóteses, será mais um “lixo” a ser descartado e ignorado pelo cliente.

Só para ilustrar, vou citar o caso do Bradesco que tem um aplicativo para iPhone, intitulado Dia & Noite, o aplicativo permite ao usuário acessar sua conta, localizar agências e caixas eletrônicos.

Bradesco aplicativo iPhoneA localização das agências pode ser realizada pela busca de agências Bradesco ou Prime que estejam mais próximas a minha localização no momento da busca ou a partir do informe de um endereço específico. Assim é apresentada ao usuário uma lista de agências (por ordem de proximidade) que permite ao usuário contatá-la por e-mail e click-to-call. O usuário pode localizá-la no mapa ou traçar uma rota até ela. A localização dos caixas eletrônicos Dia & Noite é feita da mesma forma. Além disso, na área “Outros Serviços” o usuário pode visualizar o filme da campanha Presença, ter acesso a dados e números do banco, consultar índices financeiros, cotações, e ordens de pagamentos. Ainda nesta área do aplicativo, o usuário tem acesso a telefones úteis e é direcionado ao site do banco.

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2 respostas

  1. Esse relacionamento entre a empresa e o cliente por meio do celular deve ser feito da forma mais cuidadosa possível, pois há uma linha muito tênue entre oferecer serviços e vantagens e ser chato e indesejável, ou seja, as pessoas não querem mais receber aquelas mesmas “ladainhas” publicitárias de sempre. O que não pode acontecer é esse Mobille Marketing acabar virando uma mala dirteta digital. Empresas que trouxerem algum benefício ao cliente (como no case Bradesco) com certeza já estão a dois passos a frente da concorrência que insiste em mandar aquelas “promoçõezinhas” batidas na qual o cliente nem lê até o final.
    Por isso como em todas as áreas de mkt a regra é clara: todo cuidado é pouco.

  2. A evolução da Mobile Web vai ser tão grande que as empresas vão necessitar de desenvolver conteúdos especificamente para esse formato.
    Enfiar um site pensado para o “desktop” num smartphone faz tanto sentido como procurar meter o pé de um jogador de basket no sapatinho da Cinderela 😉

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