A gestão dentro das empresas, apesar das mudanças e de novos papéis que vão surgindo com o evoluir das coisas, ainda tem padrões que se pode chamar de tradicionais: diretores e gerentes administrativos, financeiros, comerciais e de produção. Mas novas necessidades vão surgindo e as empresas precisam estar prontas para abrir os olhos aos novos profissionais que vão se formando. Já é possível, em alguns lugares, atentar para o emprego de pessoas, por exemplo, exclusivamente responsáveis por cuidar do posicionamento da empresa na internet: os especialistas em inteligência digital; resposáveis pelo levantamento de dados, atualização blogs e redes sociais da empresa. Porém isso não é o bastante, é preciso também que a “casa esteja arrumada” e que o processo de produção tenha o máximo de fluidez possível.
Atualmente, em grande parte das instituições o designer tem o papel de “criativo”. A pessoa que faz as coisas “bonitinhas” e dá uma imagem “legal” para a empresa diante do mercado -visto também por muitos como “o fulano do photoshop” e afins. No entanto, esse contexto de emergentes necessidades mercadológicas abre espaço para a inovação, e o designer é um profissional apto a trabalhar dentro dessa visão, em função de sua capacidade assimiladora de diversos conhecimentos. Com isso, é um profissional que tem bagagem suficiente para participar das tomadas de decisões e levar para os projetos de design conceitos que materializem as metas estratégicas da empresa.
O design hoje é, sem dúvidas, uma das disciplinas que mais estão aptas a fazer acontecer a inovação dentro de uma empresa. Mas porquê? Pela peculiar característica multidisciplinar do design, ou seja, o poder de englobar conhecimentos de outras áreas, fazendo com que conceitos não sejam apenas regras estéticas cuidadosamente trabalhadas. Falar sobre inovação em design desagua em um conceito já abordado aqui anteriormente, o design thinking.
Em entrevista para a sequência de publicação online INSIGHT, Roberto Yakuda, professor da Anhembi Morumbi, responde da seguinte forma a questão sobre a eficácia do design thinking como caminho para a inovação:
“Se é o mais eficaz eu não sei, mas ele é um bom caminho para a inovação enquanto ele encara o design como um processo de pensamento, e não como atividade de desenho, de produto formal, simplesmente. Para inovar é preciso pensar, pensar de modo diferente, então é um modo, um caminho bastante interessante.”
Com todo esse papo de inovação, então, qual o papel do gerente de design dentro de uma empresa? Pode parecer simples e óbvia, mas é a ele quem cabe propor e organizar as atividadades pertinentes ao design dentro da mesma. É um profissional que deve ter participação em todos os departamentos, pois seu trabalho está presente em diversos momentos da cadeia de produção e também está em todos os níveis da mesma. Além disso, essa presença pode estimular a criatividade e criar um ambiente propício à inovação em toda a instituição. Junto da função relacionada à organização interna, ele também é parte da equipe responsável pela qualidade do produto, aliado do profissional de marketing nas pesquisas de mercado e no desenvolvimento de planos estratégicos. É um papel profissional recente e que tende muito a crescer, porém ainda depende das empresas expandir seus horizontes e se abrir à essa nova visão de uma gestão de design dentro da instituição.
Uma resposta
A importância deste gestor tende a ser cada vez mais evidente e necessária.
Quem não observar isso pode estar correndo ao encontro do passado.
Abraços