Todos nós, como consumidores, já estamos inseridos nesse contexto de Filtros Sociais, que nada mais é do que filtrarmos todas as informações que recebemos através das Redes Sociais que pertencemos, entretanto essas informações que recebemos raramente são de instituições, são, na sua grande maioria de amigos que seguimos. Filtros Sociais nada mais é do que bom e velho boca-a-boca, só que agora mais potencializado do que nunca pela Internet.
Mas como usar esses Filtros Sociais?
Digamos que você siga 500 pessoas no Twitter. Dificilmente você é amigo ou amiga dessas 500 pessoas, mas em média você pode conhecer ou ter um relacionamento mais próximo com aproximadamente 20%, digo mais próximo sendo seus amigos da escola, faculdade, rua, bairro ou amigos virtuais que você começou a seguir no Twitter, começou a trocar informações e de lá foi para e-mail, MSN, Orkut, Facebook… eu mesmo tenho diversos desses amigos que começam a me seguir pelo Twitter (@plannerfelipe) e depois vamos estreitando o relacionamento. A web permite isso há anos já, só que agora, com o crescimento – constante – das Redes Sociais, cada vez mais as pessoas farão e manterão amizades via Internet, seja a ferramenta que for.
Essa pequena introdução serve como base para que eu mostre aqui nesse artigo, que essas relações criadas no “mundo offline” que se aproximam mais no digital ou mesmo as já criadas no digital são a base para esse conceito de Filtros Digitais: recebimento de mensagens, mas filtrando apenas o que você deseja.
Mesmo que você receba cerca de 1 mil mensagens por dia no Twitter (e vamos ficar apenas nessa ferramenta para o artigo não se estender muito) você não consegue ver tudo, entender tudo e ler tudo, ou teria que passar o seu dia inteiro apenas interagindo no microblog sem tempo para mais nada, como trabalhar por exemplo; claro que isso é impossível, ainda mais se você é uma pessoa que siga 500 pessoas (vamos manter o número para o exemplo). Por isso, é natural e o nosso cérebro nos ajuda nessa missão, que filtremos apenas aquilo que nos interessa realmente.
O Twitter já recebeu críticas e até virou motivo de piada, pois a necessidade do Brasileiro de falar (e ser ouvido) é tanta que as pessoas começaram a usar a ferramenta (e ainda usam) para falar coisas, que na minha opinião, não tem o menor interesse a ninguém, como por exemplo “acabei de acordar e ainda estou com sono” ou “Indo trabalhar. Não sei porque faço isso”… claro que a web é democrática, cada um escreve ali o que deseja e se você recebeu essas mensagens é porque optou em seguir as pessoas que escrevem isso, mas esse é o tipo de informação que naturalmente seu cérebro vai filtrar, seja descartando (como no meu caso) ou absorvendo caso o autor da frase seja um grande amigo e você queira responder as citações.
Por outro lado, se você é um profissional que trabalha com marketing digital, por exemplo, e recebe um link do Twitter “Comportamento dos usuários nas Redes Sociais” com certeza, você vai se aprofundar nessa mensagem. Vai abrir, vai ler, se interessar. Seu cérebro entendeu essa mensagem como algo interessante para você, por isso, é instantâneo que você se interesse, as vezes, eu estou sem tempo para ler, pego o link e mando para o meu e-mail, assim, fica armazenado e posso ler mais tarde.
E como as marcas podem se apoderar disso?
Em primeiro lugar, é preciso que as marcas tenham consciência de estratégias para estar nas Redes Sociais. Isso ainda é algo muito, mas muito distante entre a vontade das marcas X o momento que o consumidor está presente no mundo digital.
Recentemente em um evento aqui em São Paulo, o Digital Talks, foi feita uma pesquisa onde mostrou que 60% das 500 maiores empresas do Brasil não fazem Internet pois essa não tem mensuração, incrível, mas disseram isso. Há um resumo desse evento no Blog do Planejamento (plannerfelipemorais.blogspot.com)
Não basta estar no mundo digital, é preciso saber estar. Infelizmente a grande maioria das marcas ainda não sabe, mas temos visto uma evolução dos profissionais em relação a web, de pessoas com muita vontade, de pelo menos, aprender mais sobre o meio; estando no meio digital, as marcas precisam localizar 2 tipos de públicos que são interessantes para que as sigam: Consumidores e Formadores de opinião; não entenda formadores de opinião apenas como um Willam Bonner ou Cid Moreira. O dono de uma comunidade “eu amo a marca X” com mais de 200 mil seguidores é uma formador de opinião, pois essas 200 mil pessoas decidiram por vontade própria entrar nessa comunidade e seguir essa pessoa, logo, o que ele fala é aceito com credibilidade.
Consumidores seguindo uma marca é algo “default” para a marca, que é obrigatório, afinal, se a pessoa está interessada em seguir a marca X, é por que ela abriu as portas para o relacionamento. E relacionamento não é apenas vendas! Relacionamento é ouvir também. Os formadores de opinião são interessantes para a marca exatamente pelo alto poder de persuasão que eles tem junto a suas comunidades.
Mas como gerar esse relacionamento?
Gerando conteúdo! O segredo é esse.
Ninguém vai seguir o Felipe Morais, O Melhor do Marketing, a Coca-Cola, a Apple se essas marcas não gerarem conteúdo relevante. Se eu ficar o tempo inteiro só falando “pessoal, acesse meu blog” eu perderei seguidores em pouco tempo. O Melhor do Marketing teve um excelente crescimento desde o ano passado porque trabalhou muito bem conteúdo, por mais, que a grande maioria das mensagens (ou tweets) do site no Twitter seja levando para o site, são sempre de conteúdos diferenciados. Os seguidores do site, já sabem que o grande conteúdo é de artigos, por isso, sempre que houver uma ativação do site no Twitter é para um novo artigo; nesse caso, mais uma vez, entra “em cena” o Filtro Social, pois há artigos no site que você vai se interessar demais ou outros que você não vai se interessar naquele momento.
Para as marcas, se a Coca-Cola ficar mandando mensagens “Coca-Cola com promoção no Extra” também perderá seguidores, agora, se a Coca-Cola começar a enviar mensagens de esportes, natureza, passeios e entre esses tiver uma mensagem promocional, tenha certeza que as pessoas vão aceitar; porém, é importante que a marca não saia do seu DNA apenas para conseguir seguidores nas Redes Sociais. Não adianta a Coca-Cola falar de política econômica no seu Twitter porque as pessoas não estão ali para isso, se quiserem saber de política vão seguir algum jornalista.
Marcas. É importante saber o comportamento do consumidor nas Redes Sociais. Falar que o consumidor hoje está no poder é algo batido, mas que ainda não encaixou na filosofia da empresa.
2 respostas
Excelente artigo! Simples mas direto. As empresas ainda não sabem o tamanho do potencial da Internet, mas estão aprendendo aos poucos.
Creio que um dos fatores para isso é aquela velha “estória” de que “eu sempre fiz assim e deu certo… porque vou mudar agora?”
Outra questão a ser levada em conta, é que o fenômeno Internet é ainda muito recente (20 anos?) comparando-se aos outros meios de comunicação e informação. E a maioria dos empresários (bem sucedidos ou não) já estão em idade avançada e tem “medo” ou desconhecimento total sobre esse novo canal. Dificilmente você vai encontrar alguém com mais de 50 anos que domine “mesmo que em parte” a tecnologia da informática e os seus desdobramentos.
Mas uma nova geração, que cresceu com a Internet, está vindo por aí. Isso é recém o início… muito mais está por vir. Quem “sobreviver”, verá!
Muito bom! As informações são muito úteis por serem bastante práticas. Que bom seria se todos que tentam falar sobre novas mídias tivessem essa clareza de idéias!